O Conto da Medusa

Capítulo Final


- Um monstro? - pergunta Menelau.
- Já faz alguns anos, que fui violentada pelo deus Poseidon, dentro do templo de Athena. Ela como punição me transformou em um monstro horrendo, tenho cabelos compostos por serpentes venenosas e meu olhar faz os homens perderem suas almas e voltarem a seus moldes de barro. Você como é cego não consegue-me ver e eu não consigo petrificá-lo, desculpe-me ter te enganado, eu só me sentia muito sozinha e quando você esteve por perto fez eu me sentir muito melhor. - desabafa Medusa chorando.
- Você esteve sozinha todo esse tempo? - pergunta Menelau.
- Sim. - responde à chorosa.
- Então eu devia ter vindo antes, me desculpe.
- O que? - pergunta ela sem entender.
- Me desculpe não ter vindo antes de lhe fazer companhia.
- Para mim você sempre será a bela dama que eu conhecia enquanto tocara na floresta.
- Oh Menelau... - diz Medusa abraçando o homem, emocionada – não poderia achar ninguém tão doce quanto você.
- Você é mais, Medusa. Não deixe ninguém fazer você acreditar que você é um monstro. Monstros são aqueles que tentam te matar.
- Mas eu sou. Não era mas fui transformada graças a um ato de deus movido por sua luxuria.
- Para mim isso não faz diferença, você não valorada pela sua aparência, mas sim por seus atos, pelo seu coração, pelo que você tem por dentro.
- Menelau, eu te amo! - diz Medusa finalmente se declarando.
- Eu também te amo, bela dama. E não deixarei você penar mais. Viajarei por todo este mundo, entrarei em outros se for necessário mas encontrarei uma cura para o seu problema.
- E eu lhe esperarei, meu amor.
E em meio à floresta, Menelau e Medusa tem sua primeira noite de amor pela manhã, quando o sol está nascendo o rapaz parte em sua jornada, deixando a sua bela dama lhe esperando.
Dois anos se passam, Medusa não recebe notícia alguma de Menelau, no começo ela se desespera pela demora, mas com o passar do tempo o desespero se torna humilhação, ela ora para que os mesmos deuses que a colocaram naquela situação resolvam o problema.
Infelizmente, suas preces não são ouvidas e ela continua esperando, cada forasteiro que Medusa transformava em pedra a fazia chorar mais, enquanto isso antes era um alivio, pois roubar a alma de alguém, ela obtinha as lembranças do ser, agora era um pesar. Ela sabia que aquilo tudo não era real, o que ela tinha como Menelau era real e ela queria isso de voltar, porém ele nunca retornava.
Todo dia ela arrancava as cabeças de serpente de si mesma, aquilo ainda doía como na primeira vez, mas ela não queria que Menelau voltasse e fosse picado por uma peçonha.
Até que um dia a sua espera acabou, ma não da forma que ela esperava.
Medusa cortava as serpentes da sua cabeça como fazia todo dia, cada corte a fazia berrar, colocando o seu lado monstruoso para fora. Seus gritos a fizeram não ouvir os passos do homem que vinha se aproximando de sua caverna de forma silenciosa.
Mas não era um homem qualquer, ele era meio-homem meio-deus, meio humano meio-Zeus, ele era Perseu, filho bastardo de Zeus.
Ele não era somente um semideus, mas também possuía presentes especiais dados pelos próprios deuses que o deixavam mais poderoso ainda, porém seu maior poder não foi presente de ninguém, a sua inteligência.
Perseu sabia como derrotar Medusa. Ele entrou na caverna andando de costas, usando seu escudo espelhado para poder olhar o que havia dentro da caverna.
Medusa se esconde.
- Apareça monstro! Hoje é o último dos seus dias!
Ela tenta ficar imóvel, está chorando, não havia como ela derrotar um filho de Zeus e se derrotasse sofreria a ira do pai do Olimpo.
Medusa decide que melhor implorar pela sua vida.
- Você é Perseu, filho do grande Zeus. Eu sozinha não posso nada contra você, eu imploro pela minha vida perante alguém mais poderoso.
- És um monstro! Eu, enquanto vinha até esta caverna, vi várias estátuas de outros guerreiros que vieram. Porque deveria ter misericórdia?
- Eles me atacaram, somente me defendi.
- Monstros são mentirosos e traiçoeiros, desculpe, mas devo matá-la. Preciso de seu olhar petrificante para salvar minha mãe.
Medusa corre tentando fugir de Perseu, ele pula e com sua espada, arranca a cabeça da górgona.
Em seu último momento de vida, ela pensa em Menelau em tudo que planejaram, mas aquilo chegou ao fim, ela morreu e estava tudo acabado. Ela só torcia que o rapaz fosse feliz... feliz sem ela.
Medusa foi o nome dado a górgona, mas não por acaso. Medusa em grego significa guardiã e ela realmente guardava algo, uma coisa muito importante.
Um segredo que nunca poderia ser revelado à humanidade, que nem mesmo a própria guardiã sabia, no fundo de sua caverna repousava a nave por aonde os deuses gregos vieram de seu planeta natal.

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